Estado da arte

Se considerarmos os resultados de Portugal, relativamente à mortalidade, e os compararmos com o melhor resultado observado nos Estados Membros da União Europeia, ficamos com uma ideia dos importantes ganhos que ainda podemos obter através de investimentos em saúde integrados numa dinâmica de desenvolvimento (Quadro).

 

Quadro - Ganhos de saúde possíveis antes dos 65 anos de idade

INDICADOR DE SAÚDE OU PROBLEMA

RESULTADO PARA OS AMBOS OS SEXOS

a. Melhor Resultado * na UE

b. Valor * Portugal

Ganhos Potenciais ** (%)

Esperança de vida à nascença

 

79,3 Suécia

75,3

5,3

Taxa de mortalidade perinatal

 

5,4 França

5,9

33,9

Taxa de mortalidade infantil

 

3,6 Luxemburgo

6,4

43,9

Baixo peso à nascença (%)

 

3,5 Luxemburgo

6,9

49,3

Taxa de mortalidade materna (mulheres)

0,0 Grécia e Luxemburgo

5,3

100

Mortalidade prematura por acidentes de viacção

6,1 Holanda

17,27

64,7

Mortalidade prematura por cancro

 

61,2 Finlândia

77,3

20,8

Mortalidade prematura por cancro dos pulmões

11,5 Finlândia e Portugal

11,5

0,0

Mortalidade prematura por cancro da mama (todas as idades)

12,9 Grécia

25,0

48,4

Mortalidade prematura por doença isquémica cardíaca

12,7 França

19,0

33,2

Mortalidade prematura por AVC

 

7,3 França

21,3

65,7

Mortalidade prematura por suicidio

 

2,9 Grécia

4,2

45,2

Mortalidade prematura por diabetes mellitus

1,6 França

4,7

66,0

Mortalidade prematura por asma, bronquite e enfisema

0,2 Grécia

1,7

88,2

Fonte: OMS, 1998; (*) Taxas de mortalidade por 100 000 habitantes (menos de 65 anos), padronizada para a idade; (**)  Ganhos ajustados à estrutura e dimensão da população portuguesa = |b-a|/b

 

As causas de mortalidade mais relevantes em Portugal apresentam como principais determinantes comportamentos como, o consumo de tabaco, o abuso do álcool, dietas pouco saudáveis, a condução rodoviária de risco, toxicodependência, inactividade física. Muitas vezes estes comportamentos inserem-se em más condições ambientais, baixo nível socio-económico e serviços de saúde inadequados. Os indicadores apontam para a importância de valorizar estratégias activas de promoção da saúde e de prevenção da doença, sem negligenciar os cuidados curativos.